quarta-feira, 31 de março de 2010

Prémio Pritzker 2010, o "Nobel da Arquitectura"

A dupla de arquitectos vencedora do Pritzker 2010 e uma fotografia de uma das suas obras mais recentes, o Novo Museu de Arte Contemporânea de Nova Iorque.

Foi ontem atribuído o Prémio Pritzker 2010,uma espécie de Nobel da Arquitectura, ao atelier SANAA dos arquitectos japoneses Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa.

Autores de alguns dos mais interessantes projectos contemporâneos de arquitectura, foram eles os escolhidos para elaborarem o pólo do Museu de Serralves a instalar em Matosinhos.

Podem ver AQUI a lista e a caracterização de todos os premiados com o Pritzker, atribuído desde 1979.

Eis alguns dos trabalhos dos premiados deste ano:

Duas perspectiva do Museu do Novo Arte Contemporânea de Nova Iorque


Museu de Orgasawara da cidade japonesa de Nagana.


Abrigo temporário para a Serpentine Gallery, no Hyde Park de Londres.


Pavilhão de Vidro do Museu de Arte de Toledo, Ohio, USA.


Zolverain School of Management & Design

segunda-feira, 22 de março de 2010

... Ainda a obra de Joana Vasconcelos e a sua relação com a arte contemporânea:

(Fonte: Ípsilon)

Este é mais um contributo para reflectir sobre a obra de Joana Vasconcelos
É da autoria de José Marmeleira e foi editado no Ípsilon, suplemento cultural do Público, em 19 de Março de 2010.
Entretanto, por cá, a polémica sobre o sr. vinho continua. Podem ver AQUI mais um contributo para a mesma

“ARTE DOS 7 AOS 77 ANOS

Por José Marmeleira

A exposição antológica de Joana Vasconcelos permite um confronto com a produção seminal da artista, mas, sobretudo, expõe uma série de perguntas. Sobre a (sua) arte contemporânea

"É lindíssimo", diz uma senhora de meia-idade "Uma maravilha", acrescenta outra. Focam as objectivas, disparam, as luzinhas brilham. Um minuto depois é a vez de um grupo de adolescentes em visita de estudo. Embora menos entusiasmados, repetem o ritual antes de cederem o lugar à turma seguinte. Ali perto, há quem ande num carrossel ou experimente secadores. Miguel Amado, o curador de "Sem Rende", tem - aparentemente - razão. A exposição antológica de Joana Vasconcelos (Paris, 1971) no Museu Colecção Berardo é para vários públicos. Adultos, jovens, idosos, crianças, mulheres, homens; e, a julgar pelos comportamentos, com mais ou menos hábitos de ver exposições de arte contemporânea.

Não é surpreendente. A obra e a "persona" da artista há muito que extravasa o seu "milieu" de origem. Apontem-se algumas razões: a existência de uma estratégia dirigida aos processos de legitimação da cultura de massas; a entrada repetida - por vezes, de forma pouco discreta - no espaço público mediatizado; e uma obra que torna familiar, "fácil", rapidamente consumível, o "ready-made", a integração de objectos do quotidiano na arte e o apagar de um virtuosismo específico (a favor de uma dita imaginação). Enfim, Joana Vasconcelos oferece certas "revoluções" da arte moderna e contemporânea para serem consumidas e com um certo sabor local: "português".

Assegurará isso a qualidade do seu trabalho? Bom, antes de tudo convém lembrar que existe uma obra anterior à - passe o exagero - ascensão pop da artista. Mais silenciosa, de escala humana, com outra economia formal e "Sem Rede" materializa alguns momentos desse tempo. "Sofá Aspirina" (1997) e "Cama Valium" (1998), por exemplo, são esculturas feitas de materiais perecíveis (os comprimidos) que sugerem uma ambiguidade significante e material que não se reduz à metáfora; o mesmo acontece na "surrealista" Flores do Meu Desejo (1996), com os seus espanadores virados para dentro e disponíveis (ou não) à entrada de um corpo; ou em "Spot Me", uma guarita do Estado Novo transformada num lugar onde o sujeito persegue o seu reflexo (que é o seu corpo). Tendo em conta que mais do que a obra, é a pessoa que tem vindo a estimular debate (privado ou público, com ou sem polémica), existe o mérito de permitir um confronto com esta produção pouco conhecida ou revista (onde se identificam elementos e referências - quase sempre explicitas - do pós-minimalismo, do Nouveau Réalisme e do surrealismo).

Mas é um confronto tímido - como explicar o exílio escondido de "Menu do Dia" (1998), com as suas portas de frigorífico e casacos de pele, sob as escadas que dão acesso ao Piso 0? A fealdade e brutalidade da peça? Ora, um dos problemas da exposição" é exactamente o oposto: privilegia a bulimia da cor, a ocupação decorativa do espaço - visível e tacteável no serpentear excessivo de "Contaminação" que chega a "incomodar" a obra de outro artista - na interactividade imediata com o espectador (qual é a comunidade que carrossel de "Ponto de Encontro" evoca ou interpela?), no kitsch como pretenso caminho para a obra de obra (a série dos "Corações Independentes", brilhantes, ao som de Amália), ou na escultura à beira de ilustração (o sapato com o nome "Cinderella"). Dirão que é assim a obra de Joana Vasconcelos e que muito dificilmente o espaço resistiria a semelhante invasão. É um comentário justo, embora previsível.

Porém, e para lá de todos os equívocos ou enganos, a obra desta exposição tem uma qualidade. Que se pode resumir a um novelo de perguntas. A que comunidade se dirige ela? É arte contemporânea? Que arte contemporânea? O que é arte contemporânea?”.

quinta-feira, 18 de março de 2010

terça-feira, 16 de março de 2010

SEM REDE de Joana Vasconcelos


Visitámos este fim-de-semana a exposição antológica da artista Joana Vasconcelos, uma das artistas mais criativas da nova geração.
Intitulada "Sem Rede", vai estar patente ao público, com entrada gratuíta

Segundo informação da LUSA, a artista nasceu “em Paris, em 1971, desenvolve a sua actividade artística no campo da escultura e da instalação, com peças de grandes dimensões que se distinguem pelo modo como joga com a banalidade dos objectos utilizados no quotidiano.
“Pegando nestes objectos vulgares, Joana Vasconcelos constrói outros, jogando com a sua funcionalidade, oferecendo-lhes nova pertinência, seja do ponto de vista crítico, funcional ou estético.
“Formada no Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa, entre 1989 e 1996, expõe regularmente desde 1994 e tem actualmente em Paris, na Galerie Nathalie Obadia, uma exposição dos trabalhos mais recentes intitulada "Où le noir est couleur".
“Joana Vasconcelos tornou-se mais conhecida do público português depois da participação, em 2005, na Bienal Internacional de Arte de Veneza, onde apresentou "A Noiva", um lustre feito com vinte mil tampões higiénicos femininos escolhido como peça principal daquela exposição.
“Outra obra emblemática da artista é o "Coração Independente Vermelho" (tem também uma versão em negro) no qual junta dois símbolos da tradição portuguesa - o Fado e o coração de Viana em filigrana - para criar uma peça com talheres de plástico vermelhos entrelaçados, contrapondo a cultura popular e a de elite.
“Em Portugal, além do Museu Berardo e da Fundação de Serralves, a artista também está representada nas colecções de arte particulares de António Cachola, Pedro Cabrita Reis e José Miguel Júdice.
AG.Lusa”.

A última edição do Jornal de Letras é em grande parte dedicada à artista e à sua obra.
Foi da edição on-line desse jornal que retirámos o seguinte texto, não assinado:

“A arte a seus pés

“Em 15 anos, Joana Vasconcelos fez da sua arte uma verdadeira imagem de marca. Quem não reconhece os seus gigantescos sapatos feitos de tachos, os corações pulsantes de talheres de plástico, os cães de louça ou as faianças de Bordalo revestidas de crochet? A sua obra pode agora ser revista numa exposição antológica, Sem rede, no Museu Berardo, que reúne 36 peças de 1996 a 2009

“Uma ligeira hesitação e depois num ímpeto, ei-la a mirar-se ao espelho, debaixo dos secadores. Esvoaçam-lhe os cabelos e despenteada grita um "uau" convicto e dá a vez a outro, enquanto alguém, do outro lado da sala, segue a agitada vida das gravatas de seda, insufladas por uma invisível ventania, uma colecção colorida do próprio cliente que encomendou um quadro a Joana Vasconcelos. E a artista não é de dar ponto sem nó, mesmo que nas gravatas do encomendador. Sem rede, a sua exposição antológica no Museu Berardo, convida aos sentidos, vive do tacto e do contacto com os espectadores.

“Não é de admirar que logo no primeiro dia aberto ao público, um visitante mais interactivo não tenha resistido a experimentar o Sofá Aspirina, feito com centenas de blisters de comprimidos. Uma dor de cabeça, porque o estrago infringido pelo incauto traseiro implicou refazer a icónica peça do princípio do percurso da artista e que só agora foi vista de novo com outra obra não menos emblemática, Cama Valium. Feita com os famosos calmantes, com a particularidade de serem embalagens de diferentes dosagens, já que as mais fortes foram retiradas do mercado, enquanto Joana Vasconcelos procedia à sua criação. Por risco de overdose. E foi porventura para criticar o excesso do mal e da cura, a intoxicação medicamentosa e existencial em que se vive que a artista criou tal leito letal, onde se espera que a ninguém passe pela cabeça bater uma soneca.

“De resto, Sem rede não é apenas para ver. Pode-se tocar na arte exposta, sentir as texturas dos tecidos e crochets, puxar os estores de Vista Interior e por espantoso que possa parecer, até mesmo comer: o beberete da inauguração foi exactamente servido numa das obras, Plastic Party. É uma exposição feita para se entrar nela, na velha guarita do Estado Novo de spot me, como no Ponto de Encontro, carrossel com cadeiras de escritório de design , para mais uma viagem. Só na macia e cor-de-rosa interioridade de Flores do meu desejo, feita com um respeitável lote de espanadores, que alude a um útero, não houve um homem que se afoitasse a entrar, quando a obra foi apresentada pela primeira vez, na Estufa Fria, em meados dos anos 90. É o que recorda a artista. E depois da travessia do seu labiríntico Jardim do Éden, de inebriar qualquer visitante com as suas naturalmente soberbas e esfusiantes flores de plástico, uma peça apresentada já em Londres e Paris, lá estava ela, ajeitando a derradeira obra, Una dirección, que o público já tinha embrulhado na retirada. São "baias" com tranças de cabelo artificial que organizam o público em filas e indicam a direcção da saída. E por certo ninguém sairá de Sem rede como entrou porque a arte de Joana Vasconcelos não deixa ninguém indiferente.

“Casamento de tradição e identidade

“Ao Sr. Vinho foi necessário trazê-lo pela calada da noite, num grande camião, de uma oficina no Porto Alto, onde foi feito, até Belém, onde se ergue no Jardim das Oliveiras do Centro Cultural de Belém, depois de um aparatoso transporte por uma grua, instalada fora do próprio CCB. É um gigantesco garrafão de cinco metros de altura, feito do ferro usado nas típicas varandas da Baixa Pombalina de Lisboa, uma peça que Joana Vasconcelos fez especialmente para Sem rede. Pode ser o ponto de partida para uma visita, num circuito do exterior para o interior, que há-de passar por mais 35 peças. Um percurso alheio a qualquer intuito cronológico, mas que aposta no diálogo entre obras do princípio da sua carreira e actuais. A mais antiga, Flores do meu desejo, que faz parte da colecção de Pedro Cabrita Reis, é de 1996, a mais recente é precisamente Sr. Vinho, que depois da exposição irá ocupar o seu devido lugar em Torres Vedras, entregue ao espaço público e às videiras que por ele vão trepar, entrelaçando-se e cobrindo a estrutura de ferro forjado.

“O imponente Sr. Vinho faz, de resto, dupla com a denominada D.ª Jasmim, um igualmente imponente bule - essa é a peça em que está a trabalhar actualmente, tal como no seu já famoso ecológico "carro de pilhas", que irá circular pelas escolas - que a artista irá produzir para França. E esse respeitável par é bem representativo, segundo Miguel Amado, crítico, ensaísta e comissário de Sem rede, do trabalho de Joana Vasconcelos. Pela "utilização de uma forma do quotidiano, a que as pessoas atribuem um significado", mas também pelo carácter "simbólico que contém", no caso duas bebidas, o vinho e o chá, "a primeira mais ligada ao espaço público, a segunda ao privado, uma mais associada ao universo masculino, outra ao feminino". "É o casamento de tradições, de história e de identidade que quase sempre informa o trabalho da Joana", afirma. "Do ponto de vista plástico, trata-se também de uma técnica que ela usa muito: pegar numa forma reconhecível do quotidiano, ampliá-la a uma escala sobre-humana e executá-la também com um material do quotidiano, neste caso o ferro forjado, que as pessoas identificam, mas que já não tem o seu sentido original".

“Amado faz notar, por outro lado, um "jogo": "Habitualmente, a escultura joga com o volume e com o peso e neste caso, apesar do ferro ser pesado, a forma como está feita a peça dá-lhe uma transparência que destrói a ideia que o material transporta".

“Na senda de Duchamp

“Ainda no exterior, lá está Néctar, uma peça da colecção Berardo, aliás vencedora do concurso para a obra de entrada do museu. É uma referência a Le Porte-Bouteilles, a peça de Marcel Duchamp, integrada na mesma colecção. Não há que estranhar já que como sublinha Amado, Joana Vasconcelos "inscreve-se na tradição duchampiana do ready-made, no sentido da apropriação de objectos do quotidiano e da sua resignificação". Isto, em seu entender, "via a leitura feita desse legado, nos anos 60, pelos nouveaux réalistes".

“E antes mesmo de descermos ao piso da exposição, saúda-nos Donzela, uma peça - feita para Santa Maria da Feira e da série de uma outra que esteve na ponte D. Luís, no Porto - que "replica os panos que se deitam à janela, nas festas populares e religiosas".

“Igualmente suspensa, no átrio, Victoria, da série Valquírias, inspirada na mitologia nórdica e executada com vários tecidos e técnicas como o tricot ou patchwork, intensamente colorida. "É uma referência à Rainha Victoria, mas também ao imperialismo britânico e às suas consequências. Portanto, é uma peça muito sensorial, mas ao mesmo tempo com uma grande violência simbólica, sempre muito presente nas suas obras", diz o comissário já com um olho em Wash & go, uma peça antiga, que funciona como "pórtico" da exposição. Tem outra "qualidade" dessas obras, o movimento, que convoca o espectador. Utiliza os tambores de máquinas de lavar roupa e simula um sistema de lavagem automática de carros só que aplicado a collans femininos de várias cores. E o título não deixa margem para dúvidas: aposta-se no duplo sentido. Os "jogos de linguagem são também uma constante no trabalho de Joana Vasconcelos. Tal como "uma espécie de reciclagem do desperdício da sociedade igualmente recorrente". Os referidos collants tinham sido "descartados ou descontinuados" por não terem tido sucesso comercial: "Há a ideia de usar materiais do quotidiano, não na sua essência de produtos mas enquanto desperdício". Wash & go é a primeira atracção de Sem rede. Miguel Amado faz notar que a obra de Joana Vasconcelos propicia uma experiência estética mais corpória do que intelectual, numa primeira instância", o que explica o seu impacto popular: "O movimento, a cor, os materiais do quotidiano, que as pessoas identificam: de alguma maneira, tudo o que não se espera que seja arte e que Joana Vasconcelos transforma de uma maneira sedutora e irónica. Daí o seu apelo e a sua eficácia visual e simbólica".

“Talvez A Noiva seja a sua peça mais conhecida. O bizarro lustre feito de tampões higiénicos foi criado em 2001, esteve à entrada do Lux, abriu a exposição da Bienal de Veneza, em 2005, e foi adquirida por António Cachola. Não é de estranhar que ocupe um "lugar central", tal como um lustre que esteja num palácio, ou numa casa modesta. "Há uma leitura imediata do tampão como metáfora de uma sexualidade feminina, do degredo a que está associada não só em termos físicos, mas também históricos, sobretudo com a carga religiosa que existe num país como o nosso. O próprio título remete por outro lado para uma peça de Marcel Duchamp", adianta Amado. "Há uma série de leituras possíveis, mas a mais comum é a do condicionamento social do feminino. Essa ideia da condição da mulher é transversal a toda a obra, mas não é tanto um trabalho sobre o universo feminino do ponto de vista da reivindicação, mas antes uma reflexão sobre a sua própria condição de mulher e artista, num país como Portugal".

“Metáforas políticas

“Descidas as escadas, somos contaminados por Contaminação, passe a redundância. É uma peça que alastra colorida, a "encher o olho" pelo chão, pelas paredes, que se enreda nos pés, e ocupa todo o campo de visão. "Ao longo de toda a exposição, tentámos alternar peças de grande escala, com grande eficácia visual, com outros momentos mais íntimos", salienta o comissário. A monumental Contaminação, que foi primeiro apresentada na Pinacoteca de São Paulo e depois no Centro Gulbenkian, em Paris, e que acaba de ser adquirida para uma colecção estrangeira, sendo uma obra "mutante em função da arquitectura". É apresentada em Sem rede na sua máxima expressão, o mesmo é dizer contaminando mais espaço, com a sua natureza informe e têxtil - a artista traz tecidos de toda a parte onde vai e usa-os nesta obra -, assume-se como uma "metáfora da globalização e do mal da sociedade", como diz o comissário.

“A fase inicial do percurso, O mundo a seus pés, que foi pouco vista até hoje, avança uma clara preocupação política e ecológica que também atravessa toda a obra de Joana Vasconcelos. Merece uma das preferências do comissário, pela exemplaridade do jogo de linguagem que propõe recorrendo ao nome do filme de Orson Wells e pondo literalmente o mundo aos pés do visitante. São globos terrestres interligados, curiosamente ainda com a União Soviética no mapa. Aliás, já não tinham a representação correcta do mundo, quando foram comprados para esta peça, no final dos anos 90. Nem lhos queriam vender na papelaria Fernandes, onde se apresentou para o negócio. "Os globos novos ainda não vieram", esclareceu o empregado. "Estes são os velhos e já não os podemos vender para as escolas". Ao que a artista afiançou que não vinha de qualquer escola e que pretendia mesmo comprar aqueles, desactualizados e tudo. E um granel. "É uma das suas peças mais políticas e de uma altura em que ainda não tinha começado a fazer as suas obras com têxteis, que a tornariam mais conhecida do público em geral", adianta Miguel Amado, citando a propósito o livro de um historiador inglês que define os quatro estádios do reconhecimento para um artista moderno alcançar a fama. São eles o reconhecimento interpares, pela crítica, pelas galerias e coleccionadores e, finalmente, pelo público.

“Não é certo que Joana Vasconcelos tenha lido tal livro, mas já chegou seguramente ao chamado grande público. "Talvez não tenha evoluído de uma forma tão gradual, como é habitual, tocando todos esses estádios de uma forma quase simultânea, mas o seu trabalho tem já uma presença forte no espaço mediático, além do espaço crítico", assevera. "Talvez não estejamos habituados a isso e haverá mesmo uma certa resistência ao facto da arte passar as fronteiras do seu espaço convencional, o dos museus. E, por outro lado, há uma certa rejeição do sucesso e não apenas comercial. Aliás, a Joana é tão bem sucedida a nível comercial como outros artistas, pelo menos das gerações mais velhas".

“Uma crítica do consumo

“O sucesso decorreu de projectos como o roadmovie que Joana Vasconcelos fez num triciclo motorizado, de Lisboa a Fátima, na véspera de um 13 de Maio. O vídeo que acompanha os peregrinos pela estrada nacional tem uma banda sonora de Vítor Rua que parodia músicas conhecidas. "A obra www.fátimashop é uma paródia do folclore nacional e que remete um pouco , com as suas nossa senhoras fosforescentes, para a presença da imagem da Virgem em muitas casas portuguesas", diz o comissário. Mas outras obras, como os famosos "Corações", ou os "Sapatos", para não falar dos recentes "Cães de louça" envoltos em crochet, que não foram incluídos na exposição, também deram o seu contributo para que o trabalho da artista fosse reconhecido e reconhecível. "O desafio foi fazer uma exposição que não se circunscrevesse à imagem de marca que Joana Vasconcelos já tem, mas mostrar as diferentes facetas do seu trabalho", diz ainda Miguel Amado. "Por isso, tomámos a opção radical de não incluir nenhum objecto revestido a crochet, inclusivamente as faianças de Rafael Bordalo Pinheiro, que recentemente a tornaram ainda mais conhecidas".

“Em Sem rede, poder-se-á apreciar peças menos vistas como Strangers in the Night, com música de Frank Sinatra, ou a violenta Passerelle, em que o espectador puxa uma alavanca para abater uns cães de louça, uma destruição que será registada em vídeo por Cláudia Varejão. Isto além de um conjunto de pinturas do início desta década, com títulos que remetem para temáticas sexuais, e uma nova pintura, Hiperconsumo, feita especialmente para a exposição, correspondendo ao desafio de Miguel Amado, representativa de outra série, anterior, intitulada Consumo. E a crítica do consumismo é fulcral em toda a produção artística de Joana Vasconcelos: "Há um excesso de consumo, de signos, vivemos num mundo de imagens e ela trabalha precisamente sobre elas dando uma nova identidade às imagens, aos signos que já existem, criando com isso novos significados"..

“Quase todas as obras foram restauradas, as mais antigas refeitas, depois fotografadas e feito um catálogo, pelo que a exposição permitiu também, conforme assinala o curador, criar uma "infra-estrutura" fundamental para o desenvolvimento do percurso, além do contexto nacional.

“Miguel Amado, que vive em Nova Iorque, irá em Junho apresentar uma reorganização da exposição permanente da colecção do Museu Berardo”.

In Jl on-line de 9-3-2010

Estas são algumas das fotografias que tirámos da visita a essa excelente exposição:
































quinta-feira, 11 de março de 2010

A originalidade artística de Takeshi Kitano


A Fundação Cartier, em Paris, tem em exposição, até 12 de Setembro,  vários desenhos e pinturas do cineasta japonês Takeshi Kitano.
Reproduzimos em baixo algumas das obras desse artistas, reproduzidas pelo Libération, revelando um artista original, por vezes desconcertante, e que nos questiona sobre os limites da arte:
























O Filosofo e a Arte

(Fotografia de Carlos Manuel Martins/Público)

Como é que o filósofo vê a arte?

O que é a arte para o filósofo?

Como é que o pensamento do filósofo sobre a arte pode contribuir para que nós, cidadãos comuns, possamos ver a arte com outros olhos?

Que contributo pode dar a cidade para a arte, segundo o filósofo?

Muitas dessas interrogação foram formuladas por José Gil, numa ENTREVISTA ontem dada ao Público, a propósito da sua ÚLTIMA AULA de filosofia que decorreu ontem

quarta-feira, 10 de março de 2010

Peça artística de Joana Vasconcelos causa polémica em Torres Vedras

(Fotografia de Raquel Esperança, Público)

A Lusa já tinha dado a notícia no passado dia 12 de Fevereiro: “Um garrafão de vinho em ferro forjado com cinco metros de altura” ía “receber os visitantes do Museu Colecção Berardo”, onde foi inaugurada no passado dia 1 de Março uma grande exposição da artista plástica Joana Vasconcelos.

Já então a mesma agência anunciava que a “peça, intitulada "Sr. Vinho",” tinha sido adquirida pela Câmara Municipal de Torres Vedras para instalar na cidade” e ía “ser mostrada pela primeira vez ao público no Jardim das Oliveiras, no Centro Cultural de Belém, onde está situado o Museu Berardo”.

Dizia ainda a mesma notícia que, de “acordo com o atelier da artista, as grades de ferro que dão a forma ao garrafão possuem padrões de vedações e guardas de varandas tradicionais, enfatizando o papel social, económico e religioso do vinho na sociedade portuguesa”.

Infelizmente o ambiente político em que se vive não é muito propício ao investimento em arte, caindo-se facilmente na demagogia economicista.

E foi assim que esta questão, que devia ser entendida como um enriquecimento cultural, se tornou polémica. Eu próprio cai na esparrela de assinar uma petição contra a aquisição da obra, desconhecendo então a sua origem e a sua qualidade.

Digo-o agora que essa aquisição devia ser aplaudida por todos os torrienses, e, se não houver dinheiro para a mesma, então que se abra uma subscrição pública para a adquirir.

A obra merece ser apreciada como deve ser,podendo ver-se AQUI algumas  fotografias que sobre a mesma foram realizadas pela Teresa Lamy, para melhor se aferir sobre a sua qualidade.

A cultura e a arte, que têm sido tão mal tratadas por políticos e economistas merecem todos os apoios, principalmente quando são de grande qualidade e estão relacionadas com a identidade de uma região.

Entretanto, na sua edição de hoje, o jornal Público noticia a polémica sobre o assunto.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Josefa d'Óbidos - Uma Mulher num mundo tradicionalmente Masculino

(Santa Maria Madalena, 1650, óleo sobre cobre, 22,8x18,4, Museu Nacional Machado de Castro, Coimbra)

Neste dia internacional da Mulher, recordamos aqui o nome de Josefa d´Óbidos, caso raro de incursão feminina no mundo das artes antes do século XX.

Classificada como pintora do Barroco português, aqui reunimos vários artigos existentes na internet que revelam várias facetas da sua obra.

Incluímos ainda uma pequena selecção de obras da sua autoria, existentes em vários lugares.



(Transverberação de Santa Teresa, c.1672, óleo sobre tela, 180x140 cm, Igreja Matriz de Cascais)
“Óbidos (Josefa de).
(…)

"Assim conhecida a distinta pintora que viveu no século XVII, e se chamava Josefa Ayala Figueira.

N. em Sevilha em 1634, para onde seu pai, Baltazar Gomes Figueira, pintor, mas de pouca fama, que era natural de Óbidos, fora residir, e ali casara com D. Catarina de Ayala e Cabrera.

Quando em 1640 se proclamou a independência de Portugal e D. João IV foi aclamado, Baltazar Figueira veio com sua família viver para Óbidos numa quinta chamada da Capeleira. Josefa contava então apenas 6 anos de idade, ali se educou, começando desde criança a manifestar uma vocação notável para a pintura e para a gravura em metal, lâminas de cobre e prata, no género chamado de pontinho.

Em 1653, aos 19 anos, fez a gravura da edição dos Estatutos de Coimbra. Depois trabalhou muito como pintora para os conventos e igrejas como retratista da família real. Pintou os retratos da rainha D. Maria Francisca Isabel de Sabóia, mulher de D. Pedro II, e de sua filha, a princesa D. Isabel, que foi noiva de Vítor Amadeu, duque de Sabóia, a quem esse retrato foi enviado. Na capela do noviciado do convento de Varatojo havia uma excelente Nossa Senhora das Dores, e no coro um Menino Jesus, quadros que lhe são atribuídos. Havia quadros seus em Alcobaça, Batalha, em Vale Bem-Feito no mosteiro de S. Jerónimo, em Évora, onde existe um Cordeiro engrinaldado de flores, que passa por ser um dos seus melhores trabalhos. A Academia de Belas Artes também possui um quadro de Josefa de Óbidos. Há quadros seus em várias igrejas de Óbidos, principalmente na de S. Pedro, onde ela foi sepultada, nas de Peniche, Torres Vedras, etc. Especializou-se principalmente na pintura de frutas e flores.

As gravuras em metal que fazia, segundo constava, e que diziam ser excelentes, estavam em casa de José Gomes de Avelar, parente ainda de Josefa de Óbidos. A ilustre artista viveu quase sempre na quinta da Capeleira, mas havia alcançado tanta reputação que muitas das pessoas que iam tornar banhos às Caldas da Rainha, se afastavam do seu caminho, para irem a Óbidos cumprimentá-la.

Josefa de Óbidos faleceu a 22 de Julho de 1684”.

In Portugal – Dicionário Histórico [consultado on-line em 8 de Março de 2010]



(Visão de S. João da Cruz, 1673, óleo sobre tela, 16,5x131,5, Santa Casa da Misericórdia de Figueiró dos Vinhos)

JOSEFA D'ÓBIDOS

“ A pintura de Josefa é essencialmente uma arte devocional e para a entender-mos é necessário conhecer desde Zurbarán até á gravura Holandesa (um católico, a outra, até protestante) e claro, a pintura de seu pai, Baltazar Gomes Figueira, esse excelente mas ignoto (era homem) pintor português, vão a Évora vê-lo.

Josefa de Óbidos é um nome refúgio, nem toda a sua pintura é de Ayala...

É do ritual diário do claustro conventual que nasce a arte de Josefa. Não é simples, nem muito ortodoxa..., mas contém sentido profundo e extenso.

As imagens da Natureza, o seu melhor, são vistas através de pontos simbólicos do ritmo natural e sensual das estações do ano, são janelas sobre o seu significado transcendente.

As festas, referem comemorações de um tempo da natureza que é posse do divino, dádiva e participação humana (os bolinhos). As suas pinturas são revelações do divino na natureza e no labor do homem, são sacrifícios litúrgicos, oblações, em sentido lato e no sentido restrito, Bíblico.

Josefa não distingue, entre a pintura religiosa e a natureza morta, esta é, sempre, pintura religiosa. Os elementos da sua pintura fazem parte dessa cadeia áurea que se eleva do simples barro, a matéria, passando pelas plantas e flores, aos animais, ao homem, aos anjos, até ao puro espírito.

Os seus objectos pintados, profanos ou naturais, são de facto místicos. Portanto, contemplações de Deus.

A. Melo Nov. 2002

Bibliografia actualizada:

ver primeiro Reinaldo dos Santos.

The Sacred and The Profane: Josefa de Óbidos of Portugal

Josefa de Óbidos, 1634-1684
catalogue coordinators: Maria de Lurdes Simões Carvalho, Jordana Pomeroy; texts, Vitor Serrão et al.MC/National Museum of Women in The Arts, Washington,1997 Crowning Glory: Images of the Virgin in the Arts of Portugal

Maria de Lurdes Simões de Carvalho, Julia Robinson
ed. Jerrilynn D., Dodds, Edward J. Sullivan. Newark Museum, 1997

Josefa de Óbidos: Exposição Comemorativa do 3º Centenário da morte da pintora Josefa d'Ayala e Cabrera-Josefa de Óbidos. Solar da Praça de Santa Maria, Agosto Setembro 1984 FCG/CMO

Roteiro da Exposição "Josefa de Óbidos e o Tempo do Barroco"
apresentada na Galeria de Pintura do rei D. Luis, no Palácio da Ajuda em 1991. Coordenação e texto de Vitor Serrão, IPPC/TLP

Conferencias sobre Josefa na The European Academy, em Londres:
"Towards the Golden Age: The Eighteenth Century in Portugal"

Professor Kenneth Maxwell, University of Columbia, New York, USA
"God among the pots and pans"

Josefa d'Óbidos and Spanish Still-Life painting"
Dr. Gabriele Finaldi, conservationist for Later Italian and Spanish Painting at the National Gallery

Mesa redonda: Josefa d'Óbidos of Portugal: Love, Mysticism and the Art of Memory", by Prof.Barbara von Barghahn of George Washington University, Washington DC

Artigos na imprensa Inglesa:

- In the art of Josepha de Obidos, a rarely seen feminine side of the Counter-Reformation. (David Scott, Editor of our Sunday Visitor)

- Rediscovery of a Portugese Painter's Spiritual Masterpieces.

(Souren Melikian, International Herald Tribune)

- A revelation. (John Mc Ewen, The Sunnday Télegraph)

In site da Escola Secundária Josefa d´Óbidos


 
(Cordeiro Pascal, c.1660-1670, óleo sobre tela, 88x116 cm, Museu Regional de Évora)
CORDEIRO PASCAL

“Frequentemente exposta, esta obra, desde sempre atribuída a Josefa de Óbidos, está nesse momento bem estudada, tanto quanto aos objectos representados como quanto à óbvia significação, explícita pela inclusão da citação bíblica: “Occisus ab origine mundi” (Apocalipse, 13, 8), que acentua o carácter salvífico do símbolo cristológico. O cordeiro com a auréola por cima da cabeça, derivado do protótipo zurbaranesco, encontra-se no meio da composição, pousado sobre uma mesa ou altar, prestes a ser imolado. Entre ele e o observador interpõe-se no entanto, à maneira dos flamengos Daniël Seghers e Willeboirst Bosschaert, uma tarja com uma abertura ovalada ao centro a qual funciona como uma moldura. Por cima desta moldura dispuseram-se várias flores que entrelaçam simbolismos marianos e eucarísticos. Eucarístico é obviamente o significado genérico do quadro, já pelo motivo principal, já pelos cachos de uvas brancas e pretas dispostos aos lados e pelas duas espigas de trigo em frente da moldura

Especiosa é por outro lado esta criação de um nível ilusório de realidade através do tema do quadro dentro do quadro, que não sabemos muito bem como interpretar. A moldura, carregada de símbolos eucarísticos, funciona como uma janela através do qual, sobre o altar, se apercebe o Cordeiro de Deus em toda a sua materialidade simbólica, tão natural como as uvas no primeiro plano e tão simbólico como elas. Melhor não se podia evocar, em pintura, o Mistério da Transubstanciação – e o carácter da espiritualidade barroca. A pintura, uma das obras mais emblemáticas da autora, que demonstra os seus minuciosos dotes de observação naturalista, deve datar dos anos 1660-1670.

Luís de Moura Sobral

BIBLIOGRAFIA

Catálogo da Exposição Josefa de Óbidos e o tempo do Barroco. Lisboa: Instituto Português do Património Cultural, 1991

SOBRAL (2004), Luís de Moura, Catálogo da Exposição A Pintura Portuguesa no século XVII. Lisboa: Instituto Português de Museus, Museu Nacional de Arte Antiga, 2004

Catálogo da Exposição A Natureza Morta nas colecções Alentejanas. Évora: Instituto Português de Museus, Museu de Évora, 1999

Actualizado em: 8 de Dezembro de 2007”

Site do Museu de Évora


(O Mês de Março, 1668)

“Peniche na Obra de Figueira e Josefa?

"Mariano Calado defendeu a hipótese de serem de Peniche as rendas de bilros da túnica com que a pintora Josefa de Óbidos vestiu o Menino Jesus Salvador do Mundo em 1673. Recentemente (exposição Baltazar Gomes Figueira, 1604-1674. Pintor de Óbidos "que nos Países foi Celebrado" realizada em Óbidos, em 2005), o pintor Jorge Estrela viu nos dois quadros representando o mês de Março, da autoria, um, de Baltazar Figueira, o outro, de sua filha Josefa de Ayala, a figuração do porto e casario de Peniche. Cito:

"Pesem outras opiniões em contrário, a cidade fortificada é Peniche, num período que precede de pouco a intervenção de Nicolau Langres, no final de Seiscentos, e deixa adivinhar a silhueta medieval. A volumetria, que em Baltazar aparenta seguir a realidade, origina em Josefa uma construção ideal amplificando o modesto casario de Peniche. (...) A pintura de Josefa mostra um acontecimento festivo, com grandes navios ao largo, uma galera engalanada, e a agitação de pequenos barcos junto à porta da entrada da vila. Várias leituras, nem sempre concordantes, tentaram interpretar essas movimentações. A última versão de Vitor Serrão, que supõe que os festejos são uma evocação alegórica do estabelecimento da paz com a Espanha, decidido nas Cortes em Março de 1668, parece resolutamente explicativa".

Vitor Serrão, no catálogo da exposição Josefa de Óbidos e o Tempo Barroco (2ª ed. 1993), afastara a hipótese Peniche, anteriormente defendida por Reis Santos. Cito igualmente:

"Não deve trata-se de uma perspectiva da vila de Peniche, a partir da praia do Baleal, como não cremos também (como adiantou Hernández Díaz) que seja uma vista da praia de Lisboa. Tratar-se-á de uma perspectiva fantasiosa, quanto ao desenho do casario e quanto ao fundo acastelado, e reforçada por apontamentos de visu nos trechos movimentados de figurinhas e de embarcações, nesse caso quiçá segundo apontamentos "ao natural" da Lagoa de Óbidos ou da Foz do Arelho".


(Natureza morta com doces e barros, 1676, óleo sobre tela, 80x60, Biblioteca Municipal Braancamp Freire, Santarém)


(Anunciação, 1676, óleo sobre tela, 107x88, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa)


(Calvário, 1679, óleo sobre madeira, 160x174, Santa Casa da Misericórdia de Peniche)

terça-feira, 2 de março de 2010

Exposição Retrospectiva sobre Henry Moore

Foi inaugurada na semana passada, na Tate Britain, uma exposição retrospectiva dedicada ao escultor britânico Henry Moore.

Henry Moore nasceu em Castleford, Yorkshire, em 30 de Julho de 1898, tendo falecido em 31 de Agosto de 1986.

Moore é considerado um dos escultores mais originais do século XX, sendo classificado como o responsável pela introdução da arte modernista em Inglaterra.



A sua obra caracteriza-se pelo compromisso entre a figuração e a abstracção e pela monumentalidade, com influências do cubismo e do surrealismo.

Na sua juventude dedicou-se também ao desenho, escolhendo como temas os trabalhadores das minas inglesas. Durante a segunda guerra foi nomeado responsável para a dinamização da arte ao serviço do esforço de guerra. Datam deste período os desenhos documentando os londrinos procurando refugio nas estações de metro para escaparem aos bombardeamentos.


Essa exposição retrospectiva, sobre a sua obra gráfica e escultórica, pode ser visitada naquele museu londrino até ao próximo dia 8 de Agosto.

Mais informações sobre Henry Moore podem ser consultadas AQUI.

Recordamos algumas das suas obras: