quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Decoberta uma nova tela de Bruehgel, "o Velho"

Foi descoberta uma obra desconhecida de Pieter Brughel, "o velho" (1525/30-1569), intitulada "O Vinho na Festa de S. Martinho".
A descoberta é tanto mais importante, quanto são poucas as obras reconhecidas desse pintor flamengo, cerca de quarenta.
Este novo quadro é o maior até hoje conhecido da autoria do mestre flamego (478x270).
Foi descoberta numa colecção particular de espanhola e o Museu do Prado está a negociar a sua aquisição.
Mais informações sobre esta descoberta podem ser consultadas AQUI.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Debate sobre o "culturalês" na Arte Contemporânea

Começo por esclarecer que sou apenas um cidadão comum que, por acaso, obrigação e prazer, gosta de arte.

Devo dizer que também não sou daqueles que acha que a arte contemporânea terminou com Duchamp.

Gosto da novidade e da criatividade, embora me aperceba do beco sem saída em que se encontram muitos dos artistas contemporâneos quando se deparam com um mundo onde tudo ou quase tudo, em termos criativos e de experimentação, já foi testado no século XX.

Contudo, penso que ainda resta alguma margem criativa na arte contemporânea, principalmente explorando, num dos extremos, as novas tecnologias, e no outro a arte mais primitiva, como a dos grafites.

Contudo não deixo de me confrontar, como qualquer cidadão comum, com algumas perplexidades dos rumos que a arte actual vai tomando, caindo em simples modismos, em ditaduras do gosto impostas por críticos, curadores e galerias de arte, mais interessadas no lucro das suas decisões do que na arte em si.

Fico igualmente perplexo com o ridículo em que muitos artistas caem à custa de quererem ser originais numa actividade onde tal é cada vez mais difícil, raiando por vezes o anedótico, como aquele célebre caso que aconteceu numa galeria da Figueira da Foz onde uma empresa de limpeza foi processada porque as suas “colaboradoras” resolveram, depois de encerrada essa galeria, e quando procediam à limpeza, deitar para o lixo os cacos de uma sanita que aí encontraram, a qual, afinal, era uma “peça de arte” que fazia parte da exposição; ou aquele outro caso que envolveu uma longa polémica, aqui há uns anos, e que não sei como terminou, porque a prestigiada Tate de Londres resolveu comprar as fezes de um artista italiano, que as tinha exposto, num acto provocador, e que eram classificadas por críticos e curadores imprescindíveis a um espaço onde a arte contemporânea era a razão do seu prestigio internacional.

Estas situações estão ao nível da caricatura e do anedótico, e serão minoritárias. Pela minha parte, descontando esses excessos, continuo fã da arte contemporânea e tenho assistido a muitas exposições criativas e surpreendentes.

Toda esta conversa vem a propósito de uma polémica que por aí estalou, por causa de um artigo de Pacheco Pereira sobre aquilo que ele designa como “Culturalês” que tem vindo a contaminar a cultura e a arte do nosso tempo.

É um tema interessante a discutir e a seguir, por isso deixamos aqui as principais peças desse processo (só não conseguimos uma cópia digital do texto mais recente sobre o tema, da autoria de António Guerreiro, “O Processo da Arte Contemporânea”, publicado na edição do Expresso de 4 de Setembro último, no ATUAL (pág.36):





Deixamos à vossa reflexão este tema.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

D. Afonso V e a Invenção da Glória

Regressamos a este espaço com uma boa notícia. O Museu de Arte Antiga resolveu prolongar a abertura da exposição das célebres “Tapeçarias de Pastrana” até ao próximo dia 3 de Outubro.

As Tapeçarias de Pastrana foram encomendadas por D. Afonso V, nos finais do século XV, para registar os seus feitos militares no norte de África.

São quatro tapeçarias com 4x10 metros que relatam, três o desembarque, o cerco e o assalto a Arzila e outra a conquista de Tânger.

Numa época em que não havia fotojornalismo, estas tapeçarias relatam, de forma mítica, um acontecimento que foi históricamente importante, relatado como se fosse uma gigantesca Banda Desenhada.

As 4 tapeçarias foram produzidas na oficina flamenga de Tournai e terão sido concluídas já no reinado de D. João II.

Misteriosamente desapareceram de Portugal e só foram localizadas já no século XX na coligida de Pastrana, em Espanha, tendo sido alvo de um minucioso e dispendioso trabalho de restauro.

Juntamente com essas tapeçarias, está exposto algum do espólio do Museu Nacional de Arte Antiga relativo à época, tais como os sempre surpreendentes Painéis de S. Vicente e a cadeira régia do Convento do Varatojo, mosteiro fundado pelo monarca junto a Torres Vedras.

Depois de 3 de Outubro, quem as quiser ver terá de se deslocar a Espanha