quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Centenário do Nascimento do Pintor Surrealista António Pedro.


"Rapto na Paisagem Povoada (1947)

Comemora-se hoje o centenário do nascimento de António Pedro Costa, um dos vultos maiores do movimento surrealista português.


Nasceu na cidade da Praia em Cabo Verde, no dia 9 de Dezembro de 1909, tendo vivido em Caminha, terra dos avós, acompanhando os pais na Galiza e, depois de frequentara as Faculdades de Direito e Letras de Lisboa, expôs pela primeira vez em Viana do Castelo em 1925 e fundou em 1932, com Thomaz de Mello (TOM) a primeira galeria de arte moderna de Lisboa, a UP.
No ano seguinte partiu para Paris para estudar História de Arte na Sorbonne, tendo privado com alguns dos mais importantes nomes do Movimento Surrealista, então em formação.
Com Duchamp, Kadinsky, Picabia, Delaunay, Arpe e Miró, entre outros, subscreveu o chamado Manifesto do Dimensionismo.
Regressando ainda nesse ano a Portugal, organizou a primeira exposição de Vieira da Silva em Lisboa.
Com António Dacosta e o escultora de origem britânica Pamela Boden, organizou aquela que é considerada a primeira exposição do surrealismo português, em 1940 na Casa Repe, no Chiado.

Ao longo da primeira metade da década de 40, em plena Guerra Mundial, participou em várias exposições no Rio de Janeiro em São Paulo e em Londres. Nesta última cidade colaborou na BBC, onde trabalhou com Fernando Pessa.


"Intervenção Romântica (1940)"

Regressado a Portugal fundou, em 1947, o Grupo Surrealista Português, juntamente com Vespeira, Alexandre O’Neill, Fernando de Azevedo, José-Augusto França, João Moniz Pereira e Mário Cesariny.
Data desse ano aquela que é a sua obra mais conhecida, exposta no Museu de Arte Moderna da Gulbenkian, “Rapto na Paisagem Povoada”, inspirada na obra de Rubens “Rapto das Filhas de Leucipo”.
Integrou em 1949 a Iª Exposição Surrealista de Lisboa e começou então a interessar-se pela actividade teatral, que se acentuou em 1954, trabalhando como encenador no Porto e em Coimbra.
Tendo entretanto estabelecido residência em Moledo do Minho, aí fundou uma oficina de cerâmica artística, dedicando-se igualmente à escultura em bronze,criando obras de influência surrealista.

Nessa localidade acabaria por falecer em 17 de Agosto de 1966.

(Fonte: texto de divulgação da Fundação Gulbenkian da autoria de Maria Almeida Lima)

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