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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Campanha Pública para a aquisição da obra "Adoração dos Magos" de Domingos António de Sequeira


Está a decorrer uma campanha, lançada pelo Museu Nacional de Arte Antiga  para a aquisição pública da obra de Domingos Sequeira "Adoração dos Magos".

A obra está à venda por 600 mil euros e o que propõe é que cada português possa contribuir com 6 cêntimos para a sua aquisição (ver condições AQUI).

Domingos António de Sequeira nasceu em Belém, Lisboa, no dia 10 de março de 1768 e faleceu em Roma em 1837.

De seu nome completo Domingos António do Espírito Santo, tomou o apelido Sequeira do seu padrinho de baptismo Domingos de Sequeira Chaves, um tendeiro de Lisboa.

Frequenta as aulas públicas de desenho em Lisboa até 1784, ingressando, aos 18 anos, na oficina de pintura de Francisco de Setúbal.

Em 1788 parte para Roma, percorrendo pinacotecas, pintando retratos e copiando obras-primas.

Aí priva com o seu principal rival da época, Vieira Portuense.

Regressa a Lisboa em 1795, vivendo em Belém.

Em 1802, juntamente com Vieira Portuense, é nomeado pintor da corte e ambos ficam encarregados de dirigir os trabalhos de pintura do Palácio da Ajuda. É de então a autoria do retrato do então princípe regente D. João.

Trabalha também para o Convento de Mafra.

Em 1808, sob ocupação francesa, pinta a tela "Junot protegendo a cidade de Lisboa", o que lhe vai custar muitos dissabores, a prisão e a acusação de colaboracionismo.

Reabilitado entretanto, faz a transição do neo-classicismo, corrente onde se inscreve a sua obra anterior, para o romantismo com a pintura, em 1813, do "Retrato do Conde Farrobo".

Adere ao liberalismo em 1820 e recupera todo o seu prestígio, ma volta a cair em desgraça com a afirmação do miguelismo, a partir da Vila Francada de 1823, exilando-se em 1831 em Paris, onde vive até aos 60 anos, radicando-se definitivamente em Roma. Adoecendo em 1833 vai deixar de pintar, falecendo quatro anos depois, sendo sepultado na capital italiana na Igreja de Santo António de Portugal.

Uma sua biografia mais completa pode ser consultada no site da Universidade do Porto, AQUI.


Quanto à obra agora destacada, "A Adoração do Magos", de 1828, pintada em Roma, podem ler a seguinta referência:

'Adoração dos Magos', de Domingos Sequeira: ver além da visão | Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

Aqui ficam as reproduções de algumas das obras mais emblemáticas do pintor:

(O Milagre de Ourique, 1793, Musée Louis Philippe)
(Príncipe Regente, João, 1802, Palácio da Ajuda)
(Junot protegendo a cidade de Lisboa, 1808, Museu Nacional Soares dos Reis)
(O Conde de Farrobo, 1813, MNAA)
(Famíla do Visconde de Santarém, 1816, MNAA)

Outras obras suas podem também ser vistas AQUI.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Pode ser vista em Madrid a primeira Retrospectiva de Delacroix desde 1963


Pode ser vistada em Madrid uma das mais completas retrospectivas da obra de Eugène Delacroix (1789-1863), um dos mais carismáticos pintores do romantismo do início do século XIX.
A Liberdade Guiando o Povo, de 1830, é sua obra mais conhecida, mas nesta exposição podemos ficar a conhecer outras 130 obras da sua autoria.
A exposição pode ser visitada até ao dia 15 de Janeiro de 2012, na Caixa Forum de Madid, localizada no Paseo del Prado.
Mais informações sobre esta exposição e as obras nela incluidas podem ser consultadas AQUI, ou na reportagem anexada em baixo:





quarta-feira, 21 de julho de 2010

Turner em Madrid

(auto-retrato)
Depois de Londres e Paris é a vez do Museu do Prado, em Madrid, expor “Turner e os Mestres”, onde são colocadas em confronto as pinturas do pintor romântico William Turner com, por um lado, as obras dos pintores que o inspiraram, Nicolas Poussin (1594-1665), Claude Gelée , conhecido por Lorrain (1600-1682) e de Jacob van Ruysdael (1628-1682) e, por outro lado, com as obras dos pintores contemporâneos ingleses seus concorrentes e rivais.

Joseph Mallord William Turner (1775-1851) é considerado a glória da pintura inglesa, pintor charneira entre a tradição da pintura europeia e a grande revolução artística do século XIX que será realizada pelo Impressionismo.

Turner revela-se um precursor das propostas impressionistas, pelo modo como trabalha a luz e pela recriação de uma nova realidade visual que quase o aproxima, um século antes, dos vanguardismos do século XX.

O seu tempo caracterizou-se pelo facto da pintura inglesa se tentar afirmar num país onde, apesar de acolher alguns grandes artistas vindos do continente europeu, ainda não se tinha imposto um escola própria. Nos finais do século XVIII o movimento de abertura ao público de grandes museus na Alemanha, na Itália e, principalmente, em França, com a abertura do Louvre em 1793, não foi seguido na Grã-Bretanha.

Por esse motivo, só depois de 1802 é que Turner teve um primeiro contacto coma a tradição artística ocidental, tendo então visitado o Louvre.

Turner tinha origens familiares modestas. O seu pai era barbeiro e essas origens, na sociedade inglesa da época, fortemente hierarquizada, levaram-no a seguir um percurso marginal que, de algum modo, foi responsável pela originalidade e independência criativa que a sua obra revela.

A exposição vai estar patente ao público até 19 de Setembro.











quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"QUARTA-FEIRA DE CINZAS" de Carl Spitzweg

"4ª Feira de Cinzas" é um quadro do pintor alemão Carl Spitzweg (1808-1885).

Nascido em 5 de Fevereiro de 1808, foi autor de mais de mil e quinhentos quadros, explorando temas de paisagem ou da vida quotidiana.

Autor de teatro, poesia e de ilustrações satíricas, é considerado um dos mais importantes pintores românticos da Alemanha.

O quadro que aqui se reproduz é revelador, pelo tratamento que dá à iluminação, da sua admiração pelos mestres da pintura flamenga.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

No 185º aniversário de Francisco Metrass


Foi no dia 7 de Fevereiro de 1825 que nasceu em Lisboa Francisco Metrass.
O quadro acima reproduzido, intitulado “Só Deus”, de 1856, é talvez a obra mais conhecida de Metrass, uma das obras mais emblemáticas do romantismo português, pelo seu dramatismo e pela presença da morte.
Uma mulher arrastada numa enxurrada, procura salvar o filho de olhar aterrorizado.
O quadro, que faz parte do espólio do Museu do Chiado em Lisboa, um óleo sobre tela com 120x154 cm., desenvolve-se ao longo de uma diagonal que as águas, em fúria, contrapõem.
“Só Deus”, “Presente” no tronco a desfazer-se, ao qual a mulher se segura em desespero, pode ainda salvá-la, e ao filho, do drama da morte anunciada, cujo desfecho fica suspenso no momento temporal da cena pintada.

Para saber mais sobre Metrass:

“Metrass (Francisco Augusto).

n. 7 de Fevereiro de 1825.
f. 14 de Fevereiro de 1861.

Célebre pintor do século XIX. N. a 7 de Fevereiro de 1825.
Seu pai preferia que ele seguisse a carreira do comércio, mas Metrass, impelido por uma vocação irresistível, entrou para a Academia de Belas Artes em 1836. No concurso trienal de 1843, em que figuraram Fonseca filho, Joaquim José Marques, João Pedro de Sousa e Metrass, não obteve este nem um accessit. Contudo já Rackzinsky o distinguira, e em 1844 Metrass partiu para Roma, onde estudou debaixo a direcção dos grandes pintores alemães da escola mística Overbeck e Cornelius. «Entregue, pois, diz um dos seus biógrafos, à direcção de Overbeck que foi ainda mais que seu mestre, que foi seu iniciador, aprendeu com ele não só a prática de muitos dos melhores processos da arte, mas as teorias que depois o ensinaram a interpretar e a realizar a pintura, tanto religiosa como profana, com a elevação de sentimento, com a suavidade de estilo; e sobretudo com a nobreza e brandura de expressão moral, que alumia as suas principais obras da idealidade serena que, semelhante à luz branda que bruxuleia em breves ondulações dentro da redoma de alabastro, derramando em torno de si um crepúsculo suavíssimo, se exala da sua alma terna e contemplativa.» O primeiro quadro de Metrass, pintado debaixo. dessas inspirações, foi o Jesus acolhendo as crianças. Esse quadro revela já uma esperançosa vocação, mas é ainda medíocre. Entretanto Metrass percorria uma parte da Itália, visitava Florença, Bolonha, depois voltou para Portugal, passando por Paris, fez em Lisboa uma rápida exposição dos seus quadros nas salas da casa que ocupava no palácio dos condes de Lumiares a S. Roque, foi em seguida à exposição filantrópica da Sala do Risco, onde apareceram, além do Jesus acolhendo as crianças, uma Família Sagrada um retrato do artista e vários esbocetos. Mas, continuou a ficar desconhecido. O público passava indiferente pelos seus quadros. Despeitado, vendeu-os a um corretor de leilões, e foi estabelecer-se no Cais do Sodré a tirar retratos. Como tinha, porém, alguns bens de fortuna, pôde viajar de novo, foi a, Paris, empregou-se mais no estudo da arte moderna, estudou também Rubens, Rembrandt e Van-Dick, e voltou enfim em 1853 com um quadro que mereceu os encómios da imprensa e o aplauso do público. Era o Camões e o Jau. Comprou este quadro el-rei D. Fernando, e Metrass, animado, principiou a esboçar alguns quadrinhos orientais, como a Caravana atravessando o deserto, em que se admira um vigoroso efeito de luz; mas em geral esses quadrinhos pouco valiam, e onde o talento do pintor se revelou de novo com mais energia foi na Viúva junto do cadáver do esposo, uma verdadeira elegia, em que o talento melancólico do artista se manifestava de um modo tocante. A Menina e a Pomba é uma delicada inspiração sentimental. Ainda no ano de 1863 Metrass apresentou a Inês de Castro, em que pela primeira vez se arrojava à pintura histórica, tentativa em que não foi completamente feliz.

Em 1854, vagando o lugar de substituto da cadeira de pintura histórica, Metrass foi ao concurso. O tema do concurso era o Juízo de Salomão. O quadro de Metrass foi um verdadeiro primor, e nele se revelaram qualidades inesperadas de energia; nesse mesmo concurso tez Metrass num improviso de três horas um esboceto do Enterro de Cristo. Como composição é esta uma das suas melhores obras. Senhor completamente de todos os recursos do seu talento, Metrass apresentou na exposição trienal de 1856 dois quadros admiráveis, talvez os seus dois quadros mais célebres: Só Deus e a Leitura do romance. Enfim, depois de pintar um quadro fugitivo mas encantador, a Rola dormindo, mostrou-se no apogeu do seu talento, pintando a grande página histórica do Camões lendo os Lusíadas. Mas, depois de ter revelado o que podia, Metrass viu-se interrompido na força do talento e da existência pela mão gelada da morte. Um seu excelente quadro, o Porta Estandarte, já ficou interrompido. A tísica paralisava-o. Aconselharam-lhe uma viajam à Itália, foi, mas voltou pior; aconselharam-lhe ainda como recurso extremo uma viagem à Madeira, partiu, mas não voltou. Morreu nessa ilha no dia 14 de Fevereiro de 1861, contando apenas 36 anos de idade, deixando a sua obra incompleta, quando todos esperavam que tivesse brotado enfim neste país, tão estéril artisticamente, um novo Sequeira”.

Transcrito por Manuel Amaral

In PORTUGAL – DICIONÁRIO HISTÓRICO