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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Iluminuras medievais portuguesas classificadas pela UNESCO


Dois manuscritos medievais portugueses foram classificados pela UNESCO com "Memória do Mundo" (ler AQUI notícia da Biblioteca Nacional d Lisboa (BNL), bem como AQUI a notícia da Torre do Tombo (TT) ou AQUI a reportagem hoje editada pelo Público).

Trata-se do chamado "Apocalipse de Alcobaça" e do mais conhecido "Apocalipse do Lorvão", o primeiro depositado na BNL e o segundo na Torres Do Tombo.

Para além do interesse histórico e documental dessas obras, elas destacam-se pelas iluminuras , no caso da obra do Lorvão ou pelo tratamento minucioso da letra, no segundo,dos melhores exemplos dessa arte medieval do manuscrito e da iluminura. 
Aqui reproduzimos algumas dessas iluminuras, de grande qualidade artística:

APOCALIPSE DO LORVÃO










MANUSCRITO DO COMENTÁRIO DO APOCALIPSE ou "APOCALIPSE DE ALCOBAÇA":









quarta-feira, 12 de maio de 2010

A visita do Papa e a (falta) de estética católica - num texto do Público

"A (falta de estética)católica e os avisos do Papa.

por António Marujo, Público 12 de Maio de 2010

“Há uma estética na Igreja Católica feia e ridícula, presa que está a expressões de um passado recente – séculos XIX e XX, em que o catolicismo se zangou com a arte e vice-versa – ou à reprodução deslocada de ícones de séculos.

“Quando, esta manhã, o Papa falar sobre a beleza perante mais de mil artistas, criadores e pensadores portugueses, não poderemos deixar de pensar que, em Portugal, há ainda um caminho para fazer. Mesmo se, nesta matéria, muito têm conseguido várias estruturas católicas, num percurso de reencontro com a beleza. Iniciativas em dioceses como Lisboa, Porto, Beja ou Viseu ou do Secretariado da Pastoral da Cultura, na área do diálogo cultural, do património histórico ou da criação artística contemporânea têm marcado uma diferença radical com o deserto que subsistia até há poucos anos.

"Por vezes, no entanto, o que se faz é contraditório. Há um grupo católico internacional, os Arautos do Evangelho, cujos membros aprendem, entre outras coisas, música e canto, tocando depois em missas e cerimónias litúrgicas. São, em grande parte, adolescentes e jovens. Normalmente, fazem-no com um nível excelente de execução musical e instrumental. É pena que ninguém tenha dito aos seus responsáveis que a farda que usam, inspirada nas vestes das antigas ordens militares – é de uma grande falta de gosto, nas cores, nas formas ou na expressão. A estética nunca é neutra e o facto de incluir botas de cano alto e uma espada desenhada a partir da forma da cruz de Cristo, remete para expressões da Igreja que já deveriam estar ultrapassadas.

"Ontem, no Terreiro do Paço, lá estavam alguns arautos fardados, a participar no coro e na missa. Mas não eram só eles. Outros grupos com expressões deste tipo faziam-se notar. Por contraste, o altar da missa celebrada em Lisboa era de uma feliz concepção. Tal como a animação durante a tarde, que recuperou várias canções das jornadas mundiais de juventude –belas obras musicais, que aliam o gosto poético à música contemporânea.

"Já a campanha com o lema “Foi o Pai que me ensinou” peca por ineficaz: para quem está fora da Igreja (e para muitos dos que estão dentro) o significado do “Pai” não era perceptível.

"No encontro na Capela Sistina, em Novembro, Bento XVI citou Dostoievski perante os artistas: “A humanidade pode viver sem a ciência, pode viver sem pão, mas sem a beleza não poderia viver nunca, porque não teríamos mais nada para fazer no mundo.” Os católicos têm que perceber isto profundamente (…)"
(ver todo o artigo AQUI).

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Visitar uma outra Madeira

Nestes dias marcados pelas terríficas imagens da tragédia que se abateu sobre a Madeira, talvez seja recomendável descansar os nossos olhos e a nossa mente sobre uma outra imagem daquela ilha.
Propomos uma visita virtual ao Museu de Arte Sacra do Funchal, principalmente ao seu acervo de Arte Flamenga, nas suas vertentes de pintura, escultura e ourivesaria.
Bem perto de nós, pode ainda ser visitada em Lisboa, até ao próximo dia 28 de Fevereiro, no Palácio Nacional da Ajuda, a exposição "Obras de Referência dos Museus da Madeira - 500 anos da História de um Arquipélago".
As imagens de esperança transmitidas pela beleza dessas obras recorda-nos a capacidade do povo madeirense em recuperar das tragédias que contrastam com a beleza da região.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Arte religiosa do século XVII espanhol na National Gallery

A National Gallery, em Londres, inaugura hoje uma exposição dedicada à arte religiosa espanhola do século XVII, que estará patente ao público até ao próximo dia 24 de Janeiro.

Patrocinada pelo Ministério espanhol da Cultura, esta exposição dedica uma especial atenção à escultura policromada de artistas como Martínes Montañez, Alonso Cano, Gregorio Fernández ou Pedro de Mena.
A exposição visa colmatar a falta de reconhecimento, por parte da cultura protestante do mundo anglo-saxónico, em relação a este tipo de arte, já que na religião protestante as imagens são vistas com suspeita e desdém, por negarem a veneração de imagens.
As obras agora expostas mostram como na Espanha da Contra-reforma conheceu uma grande dinâmica na criação, na pintura e na escultura, de temas sacros, por encomendas de dominicanos, cartuxos, franciscanos e jesuítas, os mais importantes mecenas espanhóis da época.
Xavier Bray, comissário desta exposição, assinala que, se nessa época, em Itália, Caravaggio desenvolvia um modelo de pintura de efeitos dramáticos, usando como modelos gente do povo que pousava para o pintos representando cenas Bíblicas, em Espanha desenvolveu-se outro tipo de realismo pictórico que influenciou a escultura policromada.
Os escultores espanhóis do século XVII procuravam obter um nível extraordinário de realismo, contrastando como cânone idealizados pelos seus antecessores, como Alonso Berruguete ou Gaspar Becerra.
Para conseguirem esse realismo extremo nas figuras que esculpiram, usavam vidros para os olhos e as lágrimas, marfim para os dentes e cortiça tingida de roxo para simular o sangue coagulado de Cristo.
É de referir também que a arte da policromia fazia parte da aprendizagem dos pintores da época, e que, até certa altura, por imposição corporativa, os escultores estavam proibidos de pintar as suas próprias esculturas, tarefa que era deixada aos pintores.
Essa situação explica a colaboração estreita, nessa época, entre pintores e escultores.
Mesmo Alonso Cano, que era simultaneamente pintor e escultor, que executou o policromado das suas esculturas até ao final da sua carreira, teve de contratar, em determinados momentos, pintores, para não entrar em conflito com a sua corporação. Ao mesmo tempo ensinou os seus discípulos, entre os quais se destacaram Pedro de Mena e José de Mora, a pintarem as suas próprias esculturas.
Acredita-se que o grande pintor Velázquez recebeu formação no policromado de esculturas, reflectindo as suas pinturas mais famosas, com o “Cristo na Cruz” que está no Prado, essa aprendizagem.
A exposição reúne esculturas e pinturas dessa época, emprestadas por museus e igrejas de Espanha, muitas delas saindo do país pela primeira vez.

(tradução livre e adaptada do artigo publicado sobre o assuntono El País-online de 16 de Outubro)



Cristo Morto, escultura de Gregorio Fernandez e pintor desconhecido (foto:AFP).


Maria Madalena meditando sobre a cruxificação, escultura de Pedro Mena (foto: EFE)



 São Francisco d Assis em êxtase, escultura de Pedro Mena (foto: EFE).



Imaculada Concepção, imagem atribuída a Juan Martinez Mantañés (foto:EFE).



São Serapio, óleo sobre tela, da autoria de Francisco Zurbarán (foto AFP).