quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Museu Medieval de Cluny revive o Gótico Radiante Parisiense

Foi inaugurada em Cluny, no passado dia 10 de Fevereiro, uma exposição que reúne mais de duas centenas de peças representativas do estilo Gótico, cujas características foram desenvolvidas no século XIII na capital gaulesa, que se tornou o centro de difusão de uma das fases mais significativas da arte medieval.

O Gótico parisiense, também conhecido como “Gótico radiante” revela-se em todo o seu esplendor em dois dos mais importantes monumentos parisienses, a Igreja de Notre-Dame e a Sainte Chapelle, com os seus vitrais.

Paris tornou-se então o centro cultural da Europa e a ela afluíam artistas de todo “mundo” que queriam ver as novidades artísticas da cidade e levavam consigo as novas tendências artístico-culturais.

O gótico radiante parisiense evoluiu a partir do trabalho dos mestres que haviam construído as catedrais de Bourges, Chartres, Reims, Amiens e Beauvais, todas localizadas à volta de Paris.

Estas, por sua vez, tinham evoluído a partir da catedral beneditina de Saint-Denis, igualmente nos arredores de Paris, cuja reconstrução, sob a orientação do abade Suger, entre 1137 e 1144, deu origem ao estilo gótico.

A decoração do gótico radiante procurava ocultar a arquitectura das paredes, pelo uso de ornamentações vegetais exuberantes ou pelas “paredes” de vitrais.

Segundo o jornal “El País” de 9 de Fevereiro último, a exposição do Museu de Cluny recolhe muitos dos elementos arquitectónicos característicos do gótico radiante que pertenceram a templos parisienses já desaparecidos ou alterados ao longo do tempo, alguns mais puros e perfeitos que Notre Dame ou a Sainte-Chapelle.

Na arte daquela época “cada espaço do templo faz parte do conjunto, cada elemento cumpre uma função decorativa”.

“Os contrafortes unem-se às paredes e ficam ocultos por uma decoração cada vez mais exuberante”.

Xavier Dectot, comissário dessa exposição, refere que essa linguagem arquitectónica se expandiu desde Paris para todo o mundo cristão.

Em Paris o estilo manteve-se até ao século XIV. A partir deste século os arquitectos começaram a mudar de gosto, dando lugar à maior exuberância do gótico flamejante, que antecede a arquitectura do Renascimento .

A exposição pode ser vista até ao próximo dia 24 de Maio.







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