quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Recordando Renoir



Auto-retrato de Renoir - 1910

Pierre-Auguste Renoir faleceu, faz hoje 90 anos.

Considerado uma das principais figuras do Impressionismo, nem sempre respeitou os “cânones” do movimento, valorizando muito mais o lado figurativo que os jogos de luz e cor característicos desse movimento.
Nascido em Limognes em 25 de Fevereiro de 1841, filho de um alfaiate e de uma costureira que se mudou para Paris durante a infância de Renoir. Depois de estudar, aos 13 anos Renoir foi trabalhar para uma fábrica de porcelanas, sendo responsável pela pintura das peças aí fabricadas.
Aos 17 anos mudou de trabalho, passando a pintar temas religiosos, leques e tecidos, conseguindo juntar algumas economias que lhe permitem entrar para a Escola de Belas Artes de Paris em 1862. Aí conheceu e tornou-se amigo de Alfred Sisley, Claude Monet eFréderic Bazille, com quem manteve discussões teóricas sobre os caminhos da arte e acompanhou na realização de pintura ao ar livre em Argenteuil.
No ano seguinte abandona a Escola e dedica-se à pintura ao ar livre em Fontainebleau.
Apresentou a sua primeira obra no Salão de 1864, tornando-se amigo, no ano seguinte, de Manet. Datam deste período duas das suas obra mais famosas, “Almoço na Relva” e “Olympia”.
Aquela que é considerada a sua primeira grande obra, “Lise [ou mulher] com sombrinha”, pintada em 1871, usando Lise Trèhot como modelo junto a Fontainebleau, apresenta algumas das principais características do Impressionismo, usando o jogo de luz e sombra.
O período de 1870 a 1883 é considerado o seu “período impressionista”, pintando paisagens e destacando-se pelos seus retratos da vida social burguesa.
Foi neste período que Renoir se tornou definitivamente famoso, ganhando grandes quantias de dinheiro com a venda das suas obras.
O ano de 1876 foi especialmente profícuo tendo pintado “Nu ao Sol”, “O Baloiço” e “O Moulin de la Galette”.
Em 1883, Renoir, depois de visitar a Argélia e a Itália e impressionado, neste último país, com a obra de Rafael, considerou o Impressionismo esgotado.
Entre 1883 e 1887 entra num novo período da sua pintura, chamado de “Período Seco”, que se caracteriza pelo abandono do trabalho ao ar livre, explorando as influências da pintura clássica e do neo-classicismo de Ingres.
Data desta altura a elaboração de uma das suas obras mais famosas, “As Grandes Banhistas”, concluída em 1887.
A partir de 1889 o pintor entra numa nova fase, que o próprio baptiza de “período iridescente”, em que regressa à liberdade estética da juventude e que foi marcada pela pintura de nus.
Foi pai de Jean Renoir em 1889, que se veio a tornar um famoso realizador de cinema.
Com a entrada no novo século o pintor piora da sua artrite, e começa a pintar com grandes dificuldades. Procurando ultrapassar essas dificuldades, dedica-se à escultura, mas precisava da ajuda de dois jovens artistas que trabalhavam para si.
Apesar das dificuldades, Renoir continuou a trabalhar até ao último dia da sua vida, em 3 de Dezembro de 1919, com 78 anos.
Uma das suas últimas grandes exposições ainda em vida teve lugar em 1913. Aí expôs os seus nús, revelando uma faceta menos conhecida de Renoir. Por ocasião desta exposição parisiense o poeta Apollnaire teceu-lhe grandes elogios, considerando “o maior pintor vivo” e afirmando que as suas últimas obras eram as melhores do pintor.




Actualmente está a decorrer, nas Galerias Nacionais do “Grand Palais” de Paris uma exposição intitulada “Renoir au XX.e siécle”.
A exposição foi construída segundo um duplo objectivo: o de mostrar e revelar aspectos menos conhecidos da obra de Renoir (pinturas decorativas, desenhos, esculturas…) e o reenquadramento da sua arte à luz da forma como influenciou a pintura na primeira metade do século XX.
Com este objectivo a exposição convida a rever os últimos Renoir, um pintor que, apesar de ser mais conhecido pelas suas obras do século XIX, foi contemporâneo das primeiras obras de Picasso, Matisse, Maillol e Bonnard, no início do século XX, que podem ser vistas em confronto com as obras finais do artista.
A exposição, que decorre até ao próximo dia 4 de Janeiro, foi possível graças à colaboração de vários museus franceses, do Museu d’Orsay, do “Los Angeles County Museum of Art” e do Museu de Arte de Filadélfia.
Seguirá depois para estes dois últimos museus norte-americanos, tendo lugar em Los Angeles entre 14 de Fevereiro e 9 de Maio de 2010, e em Filadélfia entre 12 de Junho e 5 de Setembro do próximo ano.



"Le Grenoulliére" - 1869



"LA Lage" - 1874


Baile no Moinho da Galette - 1876



"O Baloiço" - 1876



"Le Déjeuner des Canotiers" - 1880-1881



"Les Demoiselles Cahen d'Anvers - 1881



As grandes banhistas - 1884-1887



Maternidade - 1885




As Grandes Banhistas - 1887



Depois do Banho - 1910



Nú - 1912

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