sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Recordar Columbano Bordalo Pinheiro


(Chávena de Chá - 1878)


Passa hoje o 80º aniversário da morte de Columbano Bordalo Pinheiro, ocorrida em 6 de Novembro de 1929.
Nascido em Lisboa em 21 de Novembro de 1857, pertencia a uma família de artistas, o seu pai, Manuel Maria Bordalo Pinheiro, era pintor e o seu irmão era o célebre ceramista e caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro.
Frequentou a Academia de Belas-Artes de Lisboa e foi estudar pintura, como bolsista, para Paris em 1881, tomando conhecimento das obras impressionistas, que então dominavam o panorama artístico naquela que era então a “capital” da arte e da cultura.
No ano a seguir à sua chegada a Paris viu uma obra sua, “Soirée chez lui”, conhecida actualmente como “Concerto de Amadores” (actualmente no Museu do Chiado), ser admitida para ser exposta no “Salon” desse ano, recebendo, por essa obra, rasgados elogios por parte da exigente crítica francesa.


(Um Concerto Amador - 1882)
Ao regressar a Lisboa, Columbano integrou-se no chamado “Grupo do Leão” que reuniu regularmente um grupo de 13 artistas portugueses, à volta da mesa da cervejaria Leão de Ouro, situada na actual Rua 1º de Dezembro em Lisboa.
Esse grupo, que se reunia à volta do pintor paisagista Silva Pinto, foi retratado num dos mais célebres quadros de Columbano, criado em 1885. Nele são retratados todos os elementos desse grupo do chamado “naturalismo” português, integrado, entre outros, e para além do próprio Columbano, por Malhoa, Silva Porto, Rafael Bordalo.


(O GRUPO DO LEÃO)

Nessa obra está bem patente o grande talento de Columbano como retratista, a sua faceta mais original e conhecida, tendo retratado vários intelectuais da época, como Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, Teófilo Braga ou de Antero de Quental.
O retrato deste último, pintado em 1889, é talvez o retrato mais famoso, eivado já de um certo expressionismo, revelado no dramatismo do rosto de Antero, já marcado pela doença, e alegórico, na escuridão que rodeia o retrato, antecipando o fracasso da Geração de 70.


(Antero de Quental -1889)

Ao contrário daquilo que caracterizava os naturalistas do seu tempo, Columbano pintava em recinto fechado.
No início do século XX era já um pintor com consagração internacional, voltando a expor no Salão de Paris, cidade que lhe concedeu a medalha de ouro da sua Exposição Universal de 1900. Expôs também em Barcelona, Londres, Berlim, Dresden e S. Petersburgo.
Com o advento da República, em 1910, foi nomeado membro da comissão responsável por escolher a nova bandeira nacional.
Ficaram ainda a marcar a sua obra as suas decorações na sala de recepção do Palácio d Belém, dos tectos do Teatro Nacional D. Maria II e as pinturas murais dos “Passos Perdidos” da Assembleia da República.
À data da sua morte, era director do Museu de Arte Contemporânea, cujo cargo detinha desde a sua fundação em 1916.

(Ramalho Ortigão)


(Teófilo Braga - 1917)




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