sexta-feira, 23 de outubro de 2009

ART DÉCO - Exposição em Lisboa


Inaugurada há uma semana, pode ser visitada na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, até ao próximo dia 1 de Janeiro, uma exposição evocativa da “Art Déco”.

O tema unificador desta exposição é a referência à Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industrias Modernas de Paris de 1925, que esteve patente ao público durante sete meses.
Os objectivos dessa exposição e as propostas que nela apareceram, vieram a marcar as artes decorativas na Europa até à Segunda Guerra Mundial, e tiveram também uma forte influência na arquitectura desse tempo.
Esses objectivos foram definidos pela Comissão Organizadora desse evento marcante dos anos 20, onde se defendia a ruptura com a tradição, defendendo a “Arte Moderna” e um novo “Renascimento” nas artes decorativas.

Nos diversos pavilhões dessa exposição coabitavam o modernismo com um certo “neoclassicismo exuberante”, nos objectos aí apresentados (mobiliário, objectos de decoração, pinturas e esculturas).
Muitos dos objectos agora revelados na exposição da Gulbenkian estiveram ou foram influenciados por essa exposição.
Não se tendo feito representar oficialmente nesse evento, Portugal esteve contudo representado por um artista português, a viver em França, o escultor Canto da Maya, que apresentou várias obras da sua autoria no Pavilhão Francês. Duas das suas obras estão agora presentes na exposição da Gulbenkian, entre as quais uma em terracota, intitulada “Eva” ou “Femme au Serpent”.
A exposição da Gulbenkian, comissariada por Chantal Bizot e Dany Sautot, reúne outras obras dos “melhores artistas e das mais destacadas manufacturas e ateliês seleccionados para a Exposição de 1925. Muitas das obras aí patentes integram a mostra que agora se apresenta, como por exemplo o grupo escultórico de Janniot, A Primavera, concebido expressamente para o Pavilhão Ruhlmann (Hôtel d’un riche Collectionneur), adquirido por Calouste Gulbenkian em 1939”.
Estão igualmente “presentes peças de mobiliário de Ruhlmann, Leleu, Groult e Dunand, ourivesaria Christofle, jóias de Van Cleef & Arpels, Cartier, Chaumet e Boucheron, cerâmicas de Jourdain e Braquemond, porcelanas de Rapin, pinturas de Le Corbusier, Léger e Laurencin, esculturas de Janniot e Joseph Bernard, vidros Baccarat e de Lalique, têxteis de Dufrêne e Miklos, e ainda livros ilustrados e encadernados (Schmied, Dunand e Legrain), provenientes de colecções públicas e privadas estrangeiras, maioritariamente francesas, e também nacionais, incluindo a Colecção Calouste Gulbenkian” (do programa oficial da Gulbenkian).
Par esta exposição a Gulbenkian editou um catálogo que reproduz todas as 150 peças presentes, acompanhada de textos que as contextualizam.
A Art Déco deve a sua designação à abreviatura do termo francês “Arts Décoratifs”, designando um movimento do designa dos anos 20 e 30, mas com reflexos na arquitectura, no design, nas artes visuais, na moda, na pintura e até no cinema.

Até certo ponto, a Art Déco fazia a síntese dos vários modernismos do início do século XX e distinguiu-se, na arquitectura, da Arte Nova, pela sua maior simplicidade de estilo.





ART DÉCO - 1925
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN, LISBOA16/10/2009 - 03/01/2010
10h00 - 18h00
Terça a Domingo
Galeria de Exposições Temporárias da Sede

1 comentário:

  1. Muito interessante essa exposição. Aqui no Brasil, eu curto muito os prédios em Art Déco, que ainda existem no Rio de Janeiro e em algumas cidades de Minas Gerais.

    Abraços, :-)

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